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Algumas traduções de Robert Walser

Da experiência do blogue anterior, aquilo que mais gostei de fazer foi traduzir. Walser, Cage, Panero, Michaux, Cioran. Pôr-me na sombra ou sob alçada é um descanso e ao mesmo tempo uma luta inquieta. Às vezes penso que devia ter seguido essa profissão, mas depois percebo que não é bem assim porque só gosto de traduzir o que gosto de ler (de preferência coisas curtas), porque sou muito lenta e faltam-me os estudos necessários (isso explica as imperfeições). Morreria à fome como a chinesa.
Entre 2005 e 2006 traduzi seis textos e mais um resto de Walser a partir de versões inglesas.
Vou agrupá-los aqui:


A música
A música é a coisa mais doce do mundo. Adoro notas musicais. Correria mil léguas só para ouvir uma. Muitas vezes, no Verão, quando passeio pelas ruas e ouço o som de um piano vindo de uma casa desconhecida, paro, pronto a morrer ali mesmo. Gostava de morrer a ouvir um pouco de música. Imagino isso tão fácil, tão natural, mas claro que é impossível. As notas apunhalam-nos muito suavemente. As feridas que deixam podem arder mas não infectam. Delas jorram melancolia e dor em vez de sangue. Quando as notas param, tudo se acalma de novo dentro de mim. Então vou fazer os trabalhos de casa, comer ou jogar e não penso mais nisso. Um piano, acho, é o que soa com mais encanto. Mesmo nas mãos de um amador. Não é a interpretação que escuto, apenas o som. Nunca poderia ser músico. Porque fazer música nunca seria suficientemente doce, suficientemente inebriante para mim. Ouvir música é, de longe, mais espiritual. A música deixa-me sempre triste, mas triste no sentido em que um sorriso triste é triste. Uma tristeza simpática, é o que quero dizer. A música mais alegre não é alegre para mim e a mais melancólica não me toca com particular melancolia ou desânimo. Ao ouvir música, tenho sempre a mesma impressão: falta qualquer coisa. Nunca descobrirei a causa desta suave tristeza, nunca hei-de investigá-la. Não desejo saber o que é. Não desejo saber tudo. Inteligente, como penso que sou, tenho, no entanto, por assim dizer, pouca sede de conhecimento. Desconfio que é por ser, por natureza, o oposto de um curioso. Sinto-me perfeitamente feliz deixando todas as coisas em meu redor correrem sem preocupar a minha cabeça com o modo como acontecem. De certeza que isto é deplorável e não me ajudará a seguir uma carreira. Talvez. Não tenho medo da morte, por isso também não temo a vida. Vejo que comecei a filosofar. A música é a arte mais estouvada e por isso a mais doce. Os intelectuais nunca a apreciarão, mas são os que mais profundamente beneficiam quando a ouvem. Não é possível querer entender e apreciar uma arte. A arte quer enroscar-se em nós. É uma criatura tão terrivelmente pura e autosatisfeita que se ofende quando alguém tenta passá-la à frente. Castiga quem se aproxima com a intenção de se apoderar dela. Os artistas depressa percebem isto. Acham que a sua profissão é lidar com a arte, com aquela que não se deixa tocar por ninguém. É por isso que nunca quis ser músico. Tenho medo do castigo que uma criatura tão justa possa infligir. É bom gostar de uma arte, mas deve-se ter cuidado e não o admitir para si mesmo. O nosso amor é sempre mais forte quando não sabemos que amamos. — A música magoa-me. Nem sei mesmo se a amo de verdade. É ela que me encontra onde quer que seja, eu não a procuro. Deixo-a acariciar-me. Mas essas carícias são dolorosas. Como hei-de dizer? A música é um choro melodioso, uma evocação em notas, um quadro de sons. Não sei dizer com acerto. Por isso é que ninguém leva a sério as minhas considerações sobre arte. Sem dúvida que elas falham o alvo, aliás, como a música, que hoje ainda não me atingiu. Falta qualquer coisa quando não ouço música e quando ouço, então é que falta mesmo qualquer coisa. É o melhor que posso dizer sobre a música.

Robert Walser, 1902, traduzido a partir da versão inglesa de Susan Bernofsky.


O barco
Acho que já descrevi esta cena antes mas vou descrevê-la mais uma vez. Um homem e uma mulher estão sentados dentro de um barco que está parado no meio do lago. Por cima, no céu escuro, a lua. A noite está calma e quente, mesmo própria para esta encantadora aventura de amor. O homem no barco é um raptor? E a mulher, é a feliz e enfeitiçada vítima? Isso nós são sabemos; só vemos o modo como se beijam. Sobre a água cintilante, a montanha negra parece um gigante adormecido. Na margem há um castelo ou uma casa senhorial com uma janela iluminada. Nem um ruído, nem um som. Está tudo envolto num silêncio doce e sombrio. As estrelas tremem lá em cima no céu mas também cá em baixo, no céu que brilha na superfície do lago. O lago é o amigo da lua, puxou-a para baixo ao seu encontro e agora beijam-se, o lago e a lua, como namorado e namorada. A bela lua afogou-se no lago como um jovem e intrépido príncipe numa torrente de perigos. Ele reflete-se agora no lago do mesmo modo que uma alma bela e meiga se reflete noutra alma sôfrega de amor. É uma maravilha! A lua parece um apaixonado afogado em prazer e o lago, a feliz dama que abraça e cinge o seu nobre amado. No barco o homem e a mulher estão completamente imóveis. Um beijo interminável mantém-os cativos. Os remos pendem, indolentes, na água. Será que são felizes, virão a ser felizes, estes dois que estão no barco, os dois que se beijam, os dois banhados pelo luar, os dois que se amam?

Robert Walser, 1914, traduzido a partir da versão inglesa de Tom Whalen.


As luvas
Não me ocorre mais nada; vejo apenas um par de luvas abandonadas e aborrecidas na beira da mesa. Para mim é evidente como estas luvas estão tristes e cansadas. Será que já não servem a ninguém, é por isso que estão para ali penduradas como as folhas no Outono? São amarelas, debruadas a pele castanha escura. Compridas e estreitas. Como ficam tristes as luvas quando não aconchegam uma mão bonita. Eis que chega uma rapariguinha, uma criança, quer experimentá-las mas não lhe servem: as suas mãozinhas são demasiado pequenas, os dedinhos demasiado curtos. Agora aproxima-se uma mulher robusta, mas a sua mão é muito gorda e os dedos muito grandes. Depois surge uma actriz e experimenta-as mas as luvas decididamente não servem. É demasiado elegante: ajustam-se no comprimento mas, quanto ao resto, a mão é demasiado voluptuosa. As luvas gemem pelas costuras. Chega então uma mulher alta, linda e com ar triste e a ela as luvas servem. Mãos compridas, mãos esguias, sofredoras, mãos esbeltas, as luvas servem-vos! As luvas alegres e radiantes mas a mulher, coitada, tão infeliz!

Robert Walser, 1905, traduzido a partir da versão inglesa de Susan Bernofsky.


Outono
Quando o Outono chega, as folhas caem das árvores para o chão. Aliás, devia dizer: quando as folhas caem, é Outono. Preciso de melhorar o meu estilo. Na minha última redacção escreveram: estilo lamentável. Acho isto preocupante, mas não consigo mudar. Gosto do Outono e pronto. O ar fica mais fresco, todas as coisas sobre a terra parecem de repente tão diferentes, as manhãs são fulgurantes e esplêndidas e as noites deliciosamente frias. Mesmo assim, passeamos até muito tarde. Sobre a cidade, a montanha apresenta cores bonitas, e é triste pensar que elas já anunciam o seu próprio desaparecimento. Em breve vai andar neve pelo ar. Também gosto da neve embora seja desagradável vaguear por aí com os pés frios e molhados. Mas então para que é que servem as pantufas quentes e fofas e a casa aquecida? Só tenho pena das crianças pobres que, eu bem sei, não têm a casa quente. Como deve ser horrível andar às voltas sempre gelado. Não seria capaz de fazer os meus trabalhos de casa, morreria, sim, sem dúvida alguma morreria se fosse pobre. Oh, como estão as árvores! Os ramos ferem o ar cinzento como punhais afiados e vêem-se corvos, o que raramente acontece. Deixa de se ouvir o canto dos pássaros. A natureza é qualquer coisa. O modo como se veste de novas cores, muda de roupa, põe e tira máscaras! Esquisito. Se fosse pintor, o que não está fora de questão, pois ninguém sabe o seu destino, muito gostaria de ser um pintor do Outono. O meu único receio é que as minhas cores não estejam à altura. Talvez ainda saiba demasiado pouco sobre o Outono. Mas para quê preocupar-me com algo que ainda não aconteceu? Ao fim e ao cabo é ao presente que me devo dedicar. Onde é que já ouvi isto? De certeza que já ouvi estas palavras em algum lado, possivelmente ao meu irmão mais velho que anda na universidade. Daqui a pouco é Inverno, a neve cairá em torvelinhos, oh, estou tão ansioso por isso! Quando tudo fica completamente branco, estudamos muito melhor. As cores podem atrapalhar a nossa memória. As cores são um caos delicioso. Gosto de coisas de uma só cor, de uma só tonalidade. A neve é uma canção bastante monótona. Porque é que uma cor não nos há-de tocar como uma canção! O branco é um murmúrio, um sussurro, uma prece. As cores de fogo, como estas do Outono, são gritos. O verde do pino do Verão é uma canção para várias vozes no tom mais agudo. Será isto verdade? Não tenho a certeza se está certo. Bom, o professor terá a amabilidade de me corrigir. — Tudo no mundo parece voar! O Natal já está à porta, daqui ao Ano Novo é um saltinho e daí à Primavera outro tanto, tudo avança, passo a passo. Seria de tolo querer contá-los. Não gosto de números. Sou mau a matemática embora as minhas notas sejam razoáveis. Nunca serei um homem de negócios, desconfio. Por isso os meus pais não me puseram como aprendiz. Eu fugiria e com que é que eles ficariam? Mas, já falei o suficiente sobre o Outono? Escrevi umas coisas sobre a neve. Isso vai dar uma boa nota na minha caderneta. As notas são uma invenção estúpida. Tive um "A" em canto e não sei cantar uma nota. Então como é? Deviam dar-nos maçãs em vez de notas. Mas, depois, acho, teriam de distribuir tantas maçãs. Oh!  

Robert Walser, traduzido a partir da versão inglesa de Susan Bernofsky.


A chinesa e o chinês
Por trás de uma janela com grades, uma mulher condenada a morrer à fome por infidelidade conjugal.

A Chinesa: Passam todos com indiferença. Será que já morri? Dê-me qualquer coisa de comer.
O Chinês: Teria muito prazer.
A Chinesa: Então porque não dá?
O Chinês: Por causa da desonra, da vergonha.
A Chinesa: Não fica bem mostrar piedade?
O Chinês: Para matar a fome? Humm. Mas, no fim de contas, a fome foi-lhe imposta pela lei.
A Chinesa: E não se atreve a ignorar a lei por amor ao próximo?
O Chinês: Era capaz de arriscar, mas ao mesmo tempo sinto-me inclinado a dizer sim à lei e não ao risco. Sinto um desejo de me compadecer com a sua situação.
A Chinesa: De que me serve a sua comiseração? Ajude-me!
O Chinês: Ajudá-la é um crime, bem sabe, e eu não quero cometer um crime.
A Chinesa: E não acha uma imoralidade ver-me morrer?
O Chinês: Apesar de me custar vê-la sofrer, penso que o melhor é não falar nisso. Naturalmente na sua posição vê as coisas de outra maneira. Só lhe resta conformar-se com o seu destino, por outras palavras, resignar-se com a condenação à morte; eu confio num sentido de justiça que não me permite perdoar actos injustos.
A Chinesa: Tenho fome.
O Chinês: Acredito em si. Parece esfomeada. Mete-me pena vê-la assim, acredite. Mas porque é que foi infiel ao seu marido?
A Chinesa: Ele não me amava. Conheci outra pessoa...
O Chinês: Isso é simples demais. Compreendo-a. Ninguém deveria dizer "Eu compreendo-o". Sempre que possível, deviamos permanecer incompreensíveis. Não ser compreendido protege-nos.
A Chinesa: Tem razão.
O Chinês: Agora tem de ter paciência. Este mau bocado há-de passar.
A Chinesa: A sua boa vontade não me serve de nada. Vá falar com os juizes. Conte-lhes o que viu.
O Chinês: Eles vão dizer que a sua profissão é julgar sem piedade. São escolhidos para acreditarem na eficácia das suas sentenças.
A Chinesa: Que dia tão bonito. Devo entregar-me à morte porque me entreguei à vida?
O Chinês: Não se preocupe com isso.
A Chinesa: Vou tentar.
O Chinês: A sua resignação agrada-me. É tranquilizadora. Agora estou mais calmo. Parece que está a conformar-se com a sua situação. É absolutamente necessário que acredite em si própria. Tem fome, não é?
A Chinesa: Sim.
O Chinês: E não tem qualquer hipótese de se livrar da fome. A fome vai acompanhá-la o resto da vida. Por isso deve dizer sim à fome, sem hesitações e de boa vontade. Não tem escolha.
A Chinesa: Assim farei.
O Chinês: E vai ser capaz porque a isso é obrigada. Quando temos de fazer uma coisa, somos capazes de a fazer.
A Chinesa: É verdade.
O Chinês: Não pensava que fosse tão inteligente. Estou admirado.
A Chinesa: Já que fica contente por eu ser boa aluna, dê-me o seu apoio, ajude-me.
O Chinês: Nesse caso...
O Chinesa: Então? Vá lá, diga!
A Chinês: É difícil de dizer.
A Chinesa: Está a perder a presença de espírito.
O Chinês: Se lhe desse algo para comer, estaria a desviá-la do caminho que ainda agora tomou.
A Chinesa: Que caminho é esse?
O Chinês: O caminho da obediência até ao fim
A Chinesa: [enlouquece e assim se salva]
O Chinês: [decide afastar-se da janela]
A Chinesa: [pensa que a fome a acaricia enquanto diz] Sim, sim.

Claro que isto não conta a história toda. Quis tornar a cena mais cruel, mais implacável. Deixo a compaixão para outra altura. Mais ou menos oito dias depois ela morreu. Ao amante faltou coragem para a visitar. O marido traído viveu até aos oitenta anos. A maior parte das pessoas é terrivelmente boa. Tirei uma lição de todos estes exemplos e também me fiz bom. Vou para a cama cedo e cedo me levanto. Estou, creio, a caminho de me tornar útil à sociedade. Não me acham capaz de tal? Possuo as mais respeitáveis convicções.

Robert Walser, 1925, traduzido a partir da versão inglesa de Susan Bernofsky.


Rádio
Ontem liguei um receptor de rádio pela primeira vez. Foi uma maneira agradável, acho, de me convencer que o entretenimento é possível. Ouvimos alguma coisa que está muito longe, e as pessoas que produzem aqueles sons audíveis falam, por assim dizer, para toda a gente — por outras palavras, ignoram por completo o número e as características dos seus ouvintes. Entre outras coisas, ouvi os resultados desportivos de Berlim. A pessoa que os anunciou não fazia a menor ideia da minha atenção, nem sequer da minha existência. Também escutei a leitura de poemas suiço-germânicos que achei, em parte, excepcionalmente divertidos. Quando um grupo de pessoas ouve rádio, interrompe, naturalmente, as conversas. Enquanto estão ocupadas com a audição, o convívio é, por assim dizer, um pouco negligenciado. Esta é uma consequência óbvia e inevitável. Eu e as pessoas sentadas ao meu lado ouvimos um violoncelo a ser tocado em Inglaterra. Havia qualquer coisa de estranho e maravilhoso nisto. Seria uma falta de cortesia não compreender de imediato o triunfo espiritual da inovação técnica. Como foi esplêndido desfrutar da música de piano que chegava de uma distância mágica, balanceando, até mim: a música parecia possuir um certo langor flutuante.

E agora mesmo descubro um anúncio para director, num jornal de referência. Lembro-me como uma vez alguém, a uma hora tardia, afirmou que eu era um completo sucesso — caracterização que, de modo algum, me pareceu lisonjeira — pergunto a mim próprio se não deveria responder ao anúncio. Um lugar de chefia. Que estranho, o modo como pormenores da nossa vida passada podem voltar de repente, por exemplo este incidente menor relativo ao meu estatuto de «pessoa de sucesso». E o modo como me levantei logo do meu lugar, nessa noite, para desafiar quem se saiu com aquela expressão que, tão inadequadamente, me apanhou. «Deve-me uma explicação», gritei na sua direcção. Ele respondeu que apenas desejava mostrar que me considerava uma pessoa extremamente simpática. Ao ouvir a sua resposta, dei-me por satisfeito. Quanto ao cargo de director, são exigidas energia e destreza aos candidatos. Uma educação geral sólida, diz o anúncio, é o principal pré-requisito. Que me ocupe em saber se possuo ou não uma quantidade suficiente do que aqui é pedido, não me surpreende por aí além.

A propósito, alguns dias atrás, a filha de um chefe de família do melhor bairro da cidade perguntou-me: «Gostaria que, no futuro, o tratasse por Röbi?» Esta pergunta foi feita junto a um portão de jardim, e acredito que estava certo ao responder afirmativamente. Têm de entender, este anúncio para director faz-me hesitar e, além disso, não considerem, nem sequer por um momento, incompreensível que esteja, em segredo, orgulhoso por uma pessoa da fina sociedade achar apropriado dirigir-se a mim. Ter ouvido rádio ontem pela primeira vez enche-me de um sentimento de internacionalização, e esta observação que acabo de fazer é, asseguro-vos, tudo menos modesta.

Vivo aqui numa espécie de quarto de hospital e estou a usar um jornal como apoio da folha em que escrevo este rascunho.

Robert Walser, traduzido a partir da versão inglesa de Susan Bernofsky.


A última peça de prosa
Esta será provavelmente a minha última peça de prosa. Uma série de considerações leva-me a crer que este guardador de rebanhos já há muito devia ter deixado de escrever e enviar estas prosas e abandonado de uma vez por todas uma actividade que está aparentemente para além das suas capacidades. É com muito agrado que vou procurar outro tipo de trabalho que me deixe comer o pão em paz. O que é que fiz nestes últimos dez anos? Para responder a esta pergunta, primeiro tenho de suspirar; segundo, soluçar; e terceiro, começar um novo capítulo ou um parágrafo fresco. Nestes últimos dez anos escrevi sem parar estas pequenas prosas que raramente se revelavam úteis. O que não aguentei? Cem vezes gritei: «Não escrevo nem mais uma linha!» — mas de cada vez, sem falha, escrevia e enviava nova mercadoria, no próprio dia ou no seguinte; agora não consigo compreender esse comportamento. (...)

Robert Walser, excerto traduzido a partir da versão inglesa.

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