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Olha para o azul do céu e diz a ti próprio: “Que azul que está o céu!” Se fizeres esta experiência espontaneamente — sem intenções filosóficas — então não te ocorrerá pensar que esta impressão cromática pertence apenas a ti. E não tens qualquer hesitação em te dirigires, com esta exclamação, a uma outra pessoa. E se, ao pronunciá-la, apontas de todo, então apontas para o céu. Quero eu dizer que não sentes que apontas para-ti-próprio, o que muitas vezes acompanha o “dar o nome à sensação”, quando se reflete sobre a “linguagem privada”. Também não pensas que não deves apontar para a cor com a mão, mas sim com a atenção. (Medita sobre o que é “apontar para uma coisa com a atenção”).

Investigações Filosóficas, de Ludwig Wittgenstein. Tradução de M. S. Lourenço. Edição da Fundação Calouste Gulbenkian. Setembro de 2002.

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