Avançar para o conteúdo principal

Não é meu

Há uns dias, entalei numa porta o dedo médio da mão esquerda. Sob a unha, há agora uma mancha negra de sangue pisado. De vez em quando, a mancha irrompe inesperadamente entre as páginas de um livro, sobre as teclas do computador, num copo com água, no gomo da laranja, no pão e no queijo sobre a mesa. É o meu dedo, mas por instantes não o reconheço. Não é meu. Como uma parte rasurada da minha mão. Ou uma gorda gralha num texto muito amado e impossível de corrigir.

Comentários

alexandra g. disse…
que belo contar dos dias, Rui, em episódios de origem tão, mas tão natural :)
Obrigado, Alexandra. Mas, neste blogue, sou apenas a solução de recurso. Quando a Cristina não publica, não há outro remédio senão aparecer a solução de recurso.