Em Wittgenstein as metáforas funcionam de modo esquisito; transferem a significação entre dois objectos distantes como é da sua competência mas, ao mesmo tempo, só que agora de outro lado, continuam a sujeitar-se ao rigor das palavras.
Quando ele escreve: “Mais tarde, quando estava a copiar uma frase que tinha escrito, cuja segunda metade era má, vi-a de repente como uma metade apodrecida de maçã.” Já nem penso na maçã, vejo o texto apodrecido como um texto apodrecido. A frase tem no seu interior uma energia literal extraordinária, inapropriada, estimulante.
Reconheço este mecanismo dos desenhos animados de Tex Avery. Num desenho animado podemos fazer tudo? Sim, na verdade, talvez só aí e dentro da linguagem seja possível mostrar um bailarino que salta (grand jeté) sem se mover.
Ah, já sei quem é o bailarino.
Quando ele escreve: “Mais tarde, quando estava a copiar uma frase que tinha escrito, cuja segunda metade era má, vi-a de repente como uma metade apodrecida de maçã.” Já nem penso na maçã, vejo o texto apodrecido como um texto apodrecido. A frase tem no seu interior uma energia literal extraordinária, inapropriada, estimulante.
Reconheço este mecanismo dos desenhos animados de Tex Avery. Num desenho animado podemos fazer tudo? Sim, na verdade, talvez só aí e dentro da linguagem seja possível mostrar um bailarino que salta (grand jeté) sem se mover.
Ah, já sei quem é o bailarino.
Comentários