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Gerações futuras

Ontem contaram-me esta história. Nos anos 70, quando os agricultores de Lintong, em Xi'an, na China, descobriram as primeiras estátuas de terracota do chamado «Exército do imperador Qin», os arqueólogos vieram e desenterraram várias centenas, entre guerreiros, cavalos e carruagens. Depois, e apesar de existirem muitas outras, pararam os trabalhos. As autoridades decidiram deixá-las como estão para que as gerações futuras também tenham estátuas para desenterrar.

Comentários

alexandra g. disse…
Faz muito mais do que todo o sentido, Rui, é uma inevitabilidade.
Passei por isto em Santa-Clara-a-Velha, as sondagens mostraram que há muito para desenterrar/exumar, mas a primeira preocupação passa pelos meios de conservação e restauro:

- Não existem, os meios, para.

Por esta razão se criou o conceito de "monumentos sepultados/enterrados" (a designação, em língua franca, the ENG, tem graça, por mor da síntese), é claro que ninguém acredita que as próximas gerações tenham que contribuir, trabalhar, fazer História, exumar, etc.

Chegámos ao momento em que nenhuma geração tem tempo, ou, afinal, tem "demasiado tempo", permanecendo em casa, porventura enfrentando o fantasma do desemprego.

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Eu quero que se fodam, quando nem a sepultura dos vivos sabem proteger, menos ainda assumir.