Traduzir enfrenta os mesmos problemas triviais que as relações amorosas, pelo menos quando se traduz para ler. Há um vínculo de grande apego (às vezes, mais do que um vínculo, é uma vala onde podemos cair e morrer — um ou dois, de longe a longe). Mas também pode surgir, de repente, uma vontade irresponsável de trair. O engraçado é que essa traição revela, ou anseia revelar, uma ligação ainda mais forte e secreta. Quer dizer, ao contrário do amor, aqui os dois movimentos vão no mesmo sentido.
de Cristina Fernandes e Rui Manuel Amaral
Comentários