— É paradoxal que as melhores adaptações de Dostoiévski sejam de Bresson: um é eufórico e o outro refreado.
— Não basta não gostar das Noites Brancas, de Visconti, para determinar esta certeza.
— Quando escrevo “melhores adaptações” quero dizer: as que vão directas ao âmago. Quando escrevo "âmago", quero dizer: coração.
— Mas, para além desse disparo certeiro, Bresson transforma as histórias de Dostoiévski em objectos austeros ou, como diria um cinéfilo praticante, justas.
— Insolente.
— Em termos estéticos, troca Dionísio por Apolo.
— Em termos corriqueiros, retira toda a doença a Dostoiévski ou melhor: substitui a epilepsia por uma neurose contemplativa.
— Resulta tão bem no cinema.
— Mas é revigorante voltar a Dostoiévski e encontrar a exaltação e seres humanos mais imperfeitos.
— Não basta não gostar das Noites Brancas, de Visconti, para determinar esta certeza.
— Quando escrevo “melhores adaptações” quero dizer: as que vão directas ao âmago. Quando escrevo "âmago", quero dizer: coração.
— Mas, para além desse disparo certeiro, Bresson transforma as histórias de Dostoiévski em objectos austeros ou, como diria um cinéfilo praticante, justas.
— Insolente.
— Em termos estéticos, troca Dionísio por Apolo.
— Em termos corriqueiros, retira toda a doença a Dostoiévski ou melhor: substitui a epilepsia por uma neurose contemplativa.
— Resulta tão bem no cinema.
— Mas é revigorante voltar a Dostoiévski e encontrar a exaltação e seres humanos mais imperfeitos.
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