[Um]
O país a que pertencemos não é um país que amamos, como é dito geralmente numa retórica vulgar, mas aquele de que podemos sentir vergonha. A vergonha é uma ligação mais forte do que o amor. [Dois]
O meu avô [o histólogo Giuseppe Levi] contou-me uma história incrível, ainda mais incrível por ser um cientista a contá-la. A história é esta: ele foi à Índia quando ainda era jovem e viu na rua um faquir. E quando o faquir levantou um braço, uma palmeira nasceu do chão. Ouvindo isto, fiquei incrédulo e perguntei ao meu avô: Mas como é possível? E o meu avô encolheu os ombros. Um gesto que interpreto como uma atitude de profundo respeito pelos factos, ou que aos olhos do observador se apresentam como tal, mesmo pelos mais inexplicáveis.
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