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Filhos

No ano passado, o casal de gaivotas que faz o ninho no telhado da frente, teve uma cria. Este ano, são três. Três pequenos demónios de penugem cinzenta, aos trambolhões por entre as telhas. Os pais, incansáveis e cheios de paciência, esfalfam-se para os alimentar. Não há pausas. As crias parecem continuamente esfomeadas.
Seguindo o voo das gaivotas, lembro-me, de repente, do filme de Hirokazu Kore-eda, Ninguém Sabe. A duríssima história dos quatro irmãos pequenos abandonados pela mãe, aos trambolhões num pequeno apartamento de Tóquio. Sem água, sem luz, sem comida, sem mãe nem pai. Apenas asas.

Comentários

c disse…
Este ano não tenho crias de gaivota na vizinhança mas, pela primeira vez, tenho andorinhas por perto. Adoro os voos desenfreados e os gritinhos.