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Ofício

Ontem à noite vi O Discípulo, de Chaitanya Tamhane. Não é um filme sobre a perfeição ou a «excelência», mas sobre a mediania. E isso impressionou-me. Como é que um artista mergulhado até à obsessão na sua arte suporta a evidência de que nunca será excepcional? E estando mais ou menos conscientes disso, o que leva os artistas medíocres ou medianos, que são quase todos, a devorarem-se uns aos outros, como peixes de dentes afiados num lago turvo, movidos pela inveja e o ressentimento? Como escapar a tudo isto? Como ser honesto? Desistir é um acto de coragem ou de cobardia? E ao contrário: um artista verdadeiramente excepcional pode ser imune a concessões, mentiras, mitificações? De onde vêm os raríssimos génios? Que mistério é este?

Comentários

c disse…
As tuas perguntas são muito interessantes. Se respondermos sem pensar, saem as banalidades habituais. Mas se começarmos a pensar, parece um repuxo. Guarda como tema para um próximo jantar. Eu proponho-me defender a mediania (uma certa mediania, claro) e depreciar os génios.
Paulo Serra disse…
Só peço transcrição ou vídeo transmissão