Esta noite, durante o meu passeio habitual, vi com todos os detalhes a peça que podia fazer da história desta falsa santa portuguesa, Maria da Visitação, cujas façanhas li num livro sobre os fenómenos físicos do misticismo. Ela ocupava o palco sozinha durante duas horas, e o monólogo tratava de todos os aspectos que comporta uma santidade duvidosa mas patética. Escusado será dizer que esta peça, depois de a ter elaborado perfeitamente na minha cabeça, vai ficar por aí.
Emil Cioran, Cadernos 1957-1972
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