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E que futuro

Visão de desabamentos. É nisto que vivo de manhã à noite. Tenho todas as enfermidades de um profeta, não os dons. 
E, no entanto, sei — com um saber impetuoso, irresistível — que possuo senão luzes, em todo caso lampejos sobre o futuro. E que futuro, Deus do céu! 
Sinto-me contemporâneo de todos os pavores futuros. 

A minha grande predilecção pelos naufrágios.


Emil Cioran, Cadernos 1957-1972

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