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Falar com as palavras dos outros, deve ser isso a liberdade.

— E se fossemos tomar o pequeno-almoço ao Mahieu? É um café no boulevard Saint-Michel que abre às 5h25. A essa hora encontram-se por lá pessoas formidáveis, pessoas que falam como livros, como dicionários. Ao pronunciar uma palavra, é a própria definição dessa palavra que nos oferecem. Nada a ver com o jargão, a linguagem cifrada do Nouvel Observateur ou do Monde. Lembro-me de um árabe que dizia, pronunciando cada sílaba: “Consta que as mulheres negras fazem amor de forma extraordinária. Quando o homem introduz o seu órgão sexual na vagina da mulher, parece que se sente um calor de fornalha. Foi um administrador das colónias que me contou isto.” Gostava de poder falar assim. Falar com as palavras dos outros, deve ser isso a liberdade.

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