No jornal de ontem, uma entrevista com Joshua Yaffa sobre o regime de Putin.
P: Como se justifica que, além de as nações ocidentais não terem travado Putin desde que assumiu a Presidência da Rússia, em 2000, tenham reconhecido e normalizado o poder do Kremlin, quando existia toda a informação para prever uma escalada da violência?
R: Interesses, falta de imaginação para compreender a natureza tanto do indivíduo como do sistema que representa, e o potencial desse sistema, as suas ambições. Eram coisas difíceis de imaginar antes de acontecerem. E não é apenas em questões de geopolítica, pensemos nas alterações climáticas. Neste momento temos toda a informação necessária para compreender a escala do desastre que nos espera, mas ainda é muito difícil impor medidas para o contrariar.
No ano em que se comemora o centenário do nascimento de Pasolini, o partido fascista Irmãos de Itália pode estar a dois meses de vencer as eleições e formar governo. Mais uma vez, temos toda a informação necessária para compreender a escala do desastre que nos espera.
P: Como se justifica que, além de as nações ocidentais não terem travado Putin desde que assumiu a Presidência da Rússia, em 2000, tenham reconhecido e normalizado o poder do Kremlin, quando existia toda a informação para prever uma escalada da violência?
R: Interesses, falta de imaginação para compreender a natureza tanto do indivíduo como do sistema que representa, e o potencial desse sistema, as suas ambições. Eram coisas difíceis de imaginar antes de acontecerem. E não é apenas em questões de geopolítica, pensemos nas alterações climáticas. Neste momento temos toda a informação necessária para compreender a escala do desastre que nos espera, mas ainda é muito difícil impor medidas para o contrariar.
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Na Hungria, o primeiro-ministro declarou há poucos dias que os húngaros não devem tornar-se numa «raça mista». Na sequência dessa declaração, Zsuzsa Hegedus, assessora de Viktor Orbán, apresentou a demissão e publicou uma carta em que acusa o primeiro-ministro de ter feito um discurso nazi e «digno de Goebbels». Também aqui temos toda a informação necessária para compreender a escala do desastre que nos espera.
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No ano em que se comemora o centenário do nascimento de Pasolini, o partido fascista Irmãos de Itália pode estar a dois meses de vencer as eleições e formar governo. Mais uma vez, temos toda a informação necessária para compreender a escala do desastre que nos espera.
Comentários
Com uma realidade sempre ligada e a debitar, tão comunicativa, excessiva, delirante, etc. etc. — é muito perigoso fazer o que Godard diz; em vez duma vacina, corremos o risco de descobrir uma imagem assustadora do futuro próximo, qualquer coisa parecida com o final da narrativa de Arthur Gordon Pym.
sven lindqvist - “exterminem todas as bestas”
ed. caminho
rui