Avançar para o conteúdo principal
Duvido de tudo o que faço. É um defeito que já nem me interessa ultrapassar, digamos que aprendi a tolerá-lo. Sem competências académicas para traduzir Cioran, sei contudo que chego lá quando, a meio das traduções dos Cadernos, começo a chorar ou a rir-me.

Comentários

atalhos disse…
“As verdadeiras confissões não se escrevem senão com lágrimas. Mas as minhas lágrimas bastariam para afogar este mundo (…)”
Emil Cioran / Nos Cumes do Desespero

Também podemos comemorar vitórias com lágrimas. Deveriam figurar nas notas de tradução.
c disse…
Sim. As lágrimas de Cioran não são ranhosas, nem são uma queixa.

Têm uma energia estranha, vêm do mais fundo do fundo. Parecem um grito e, no entanto, fazem-me lembrar a pequena Mouchette.
atalhos disse…
Os homens não choram, ou só choram em itálico?
Cada vez me interessam mais os homens que choram, e menos os choramingas.
Terror dos terrores: os homens que não choram.

atalhos disse…
Mas se compreender finalmente as lágrimas em itálico de Cioran, como posso acreditar que as suas sejam verdadeiras lágrimas de júbilo?
Haverá (tal como nas pérolas), lágrimas de cultura?
c disse…
Bom, as lágrimas de Cioran em itálico era para fazer uma ligação ao titulo “Lágrimas e Santos” e às lágrimas como constante do pensamento e da vida de Cioran. Sem mais intenções.

Nos Cadernos, Cioran escreve constantemente sobre as doenças e a decrepitude que avança no seu corpo. Isso entristece-me muito. São lágrimas de pesar.