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Filosofia para os trabalhadores

Até acho fixe pagar a tal graduação, mas duvido do resto. 
A cena da caixa é tão batida que já nem merece comentários. 
«Ver coisas que outros ainda não viram» — ora bem, se conseguirem mesmo ver coisas inauditas, de certeza que isso não vai ser bom nem para a competitividade nem para os negócios.
E a filosofia a servir de analgésico é uma ideia muito preguiçosa e estúpida. 

O que espero (no fundo do fundo sou muito optimista) é que, concluída a pós-graduação, os trabalhadores se despeçam do grupo Dst com uma boa argumentação (a filosofia ensina a pensar e argumentar, não é?) — pelo menos assim não se perdia tudo.

Comentários

António disse…
Há qualquer resquício de feudalismo (só um resquício mesmo, nada de similar violência). É a empresa-pai, a empresa-família. A empresa que é a nossa casa. Também têm médico e dentista e um terreno para horta, que os trabalhadores podem usar. E mais coisas. A intenção será a melhor mas é comichosa esta ideia: a empresa sabe o que é melhor para ti, e sabe-o melhor do que tu saberias, se ela te pagasse mais e te pedisse menos horas. Se calhar não ias estudar, não cuidarias dos dentes nem das costas e verdes frescos no prato, nem vê-los.
c disse…
Sim, concordo com o que dizes. Cada um deve tratar da sua vida como entender. Não gosto destas maneiras afectadas. As empresas devem pagar salários justos e oferecer boas condições de trabalho, o resto não é para aqui chamado e a felicidade muito menos.

Há imensa hipocrisia nestes gestos; qualquer coisa que façam — o pagamento das propinas, por exemplo — é logo transformado num Press-release enviado para os jornais. No fundo, é uma forma de publicidade encapotada e barata. Se derem uma peça aos trabalhadores de fruta, também isso será noticiado. Não há pachorra.