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À maneira japonesa

O autor de um artigo sobre o Zen relata que um missionário cristão, que estava no Japão há dezoito anos, ao todo não converteu mais do que sessenta almas. Que, ainda por cima, escaparam dele no último momento. Todos esses convertidos morreram à maneira japonesa, sem tormentos nem remorsos, como se ao nascer não tivessem pousado mais do que um pé sobre a terra
No fundo, o desapego não se aprende, está inscrito numa civilização. Não é um objectivo, é um dom.


Emil Cioran, Cadernos 1957-1972

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