O menino com botas de marroquim e casaquinho de veludo, cabelo barrado a brilhantina, repuxado para trás nas têmporas, está rodeado de tias, vovós e amas-secas, e, em frente dele, um ajudante de cozinha ou de cocheiro - rapazinho da criadagem. Toda a matilha de arcanjos ciciantes, açulantes e ceceantes instiga o jovem senhor:
- Dá-lhe um murro, Vássenka, dá-lhe!
Já o Vássenka vai bater, e as velhas tias - sapos nojentos - empurram-no e agarram o cocheirinho sarnento:
- Dá-lhe, Vássenka, dá-lhe, que nós seguramos o moreno e dançamos à roda.
O que é isto? Pintura do género Venetsiánov? Esboço de um pintor da gleba? Não. É o treino do topetudo jovem comunista, sob a orientação das tias, avós e amas-secas da propaganda política, a fim de que ele, Vássenka, dê um murro, e entretanto nós agarramos o trigueiro e bailamos de roda...
- Dá-lhe, Vássenka, dá-lhe!
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