No entanto, passada a primeira euforia fico a pensar se não seria necessário um gesto mais incisivo para os homenagear.
Uma mulher que percebe o que são as bruxas: Quando damos de comer aos gatos em Roma, compreendemos o que se passava com as bruxas; muitas vezes tinha a impressão que era a minha pele que estava em jogo. Aí, dei-me conta que havia mulheres que, porque observavam as estrelas à noite, porque apanhavam ervas de noite, porque os gatos as seguiam... foram queimadas. É isto as bruxas!
E que explica: O que nos interessa, são as pessoas que dizem os textos de Pavese, o que elas fazem na vida, a maneira como dizem os textos, os problemas que têm com aquilo que dizem, e por isso, bruscamente, aquilo que eles dizem já não é de Pavese mas sim do sujeito que o diz e que, no começo, nem sabia quem era Pavese. O único interesse do texto ou daquilo a que chamas cultura é que o sujeito que escreveu fez um certo trabalho, produziu alguma coisas que nos tocou e que, de seguida, resistiu — e é por esta resistência que julgamos que ele fez um bom trabalho.
Um homem que diz: se não tivéssemos aprendido a fazer filmes, eu teria feito bombas.
Não mereciam outro tipo de acção?
Os filmes vão ser apresentados, projectados, e talvez discutidos no território de um dispositivo museológico, para uns poucos; mas cada uma destas obras faz apelo a outro espaço, a outra justiça, a outra ousadia.
Comentários
um dia, vai ter de surgir outra coisa.
São as árvores da floresta que começam a andar.