Há ainda o outro aspecto para o qual Draenos chamou a atenção... «pensamento sem fundamento». Tenho uma metáfora que não é assim tão cruel, e que nunca publiquei, tendo-a guardado para mim. Chamo-lhe pensar sem corrimão. Em alemão, «Denken ohne Geländer». Ou seja, à medida que subimos ou descemos umas escadas podemos sempre agarrar-nos ao corrimão para não cairmos. Mas nós perdemos esse corrimão. É assim que eu vejo a coisa. E é isso, com efeito, o que tento fazer.
Da Conferência de Hannah Arendt na Universidade York, de Toronto, em novembro de 1972. Publicado como epígrafe em «Pensar sem Corrimão (Uma Antologia)». Tradução de João Moita. Relógio d’Água, setembro de 2019.
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