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Não era preciso ouvir para saber

Nunca li nem ouvi falar da frase de Marx Diga-me o que comes e eu te direi quem és na minha juventude, mas isso era óbvio para mim, eu via o que os clientes da minha mãe compravam na mercearia de acordo com o bolso deles. Eu sabia muito bem em que dia o auxílio governamental «caía». Dizer que «eu sabia muito bem» não é muito preciso, era esse mundo que me moldava, não era preciso ouvir para saber. As palavras ligadas ao trabalho, à contratação e à demissão, «fazer cortes», etc., entraram no meu vocabulário naturalmente. Eu as escutava no café, ao lado da mercearia.

Comentários

jose disse…
Em 1978,em 1983,em 2011 também não precisei do Marx que antes lera e relera.
Basta passar mal,estar atento ou ter vizinhos quase esqueletos logo desaparecidos.