O que mais impressiona nestes novos e velhos defensores dos chamados «valores da Identidade e da Família» é a sua entrega passiva ao tédio. Ao tédio mais absoluto. Uma entrega sem luta, sem revolta, voluntária, apática. Na verdade, têm horror à vida.
de Cristina Fernandes e Rui Manuel Amaral
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De resto, se me permites, há aqui algum equívoco teu em fazer equivaler tédio e horror à vida. Pelo contrário, há algo de libertador na experiência do “tédio profundo”; é lembrar aquele aborrecimento que vivemos na infância… (Heidegger escreveu duzentas deliciosas páginas sobre esta “tonalidade emotiva fundamental”).