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O ouriço

Em Che cos’è la poesia?, Jacques Derrida compara o poema a um ouriço enrolado em bola, no meio de uma auto-estrada. “Desejaríamos pegá-lo nas mãos, conhecê-lo e compreendê-lo, guardá-lo para nós, junto de nós.” Salvar o ouriço é expormo-nos igualmente ao perigo. “Daí a profecia: traduz-me, vela-me, guarda-me um pouco mais, salva-te, deixemos a auto-estrada.” Mais à frente, Derrida escreve: “Não há poema sem acidente, não há poema que não se abra como uma ferida, mas que não abra ferida também.” De um acidente, podemos sair com vida ou sem ela. Mas, de uma maneira ou de outra, o impacto é inevitável e ficarão sempre marcas e cicatrizes.

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