Ainda sobre regras para escrever bem ou seguir um método que nos parece adequado (ambas as resoluções são becos sem saída), há uma história muito gira e bastante radical que o George Saunders conta na nota final de “Guerracivilândia em mau declínio”. Depois da fase Hemingway/Babel/Carver, Saunders tentou uma escrita ao jeito de Joyce/Lowry/Lawrence e escreveu um romance com o título “La boda de Eduardo” inicialmente com 700 páginas, reduzidas para 250 mas mesmo assim intragáveis, quase sem verbos e cheias de substantivos compostos. Pediu à mulher uma opinião sobre o manuscrito, ela desistiu ao fim de alguns minutos e, com extrema concisão e justeza, disse-lhe o seguinte:
— Todas aquelas horas, para isto? Querido, onde é que estão os verbos? Puseste-os num documento à parte, ou quê? E o que é aquilo com as palavras compostas e os joguinhos de palavras e toda aquela desesclarecedora embrulhada?
— Todas aquelas horas, para isto? Querido, onde é que estão os verbos? Puseste-os num documento à parte, ou quê? E o que é aquilo com as palavras compostas e os joguinhos de palavras e toda aquela desesclarecedora embrulhada?
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