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Desbravando corajosamente

o denso emaranhado semântico que envolve o "pós-modernismo" (um termo cuja definição começou por variar de disciplina para disciplina, e que acabou a variar de pessoa para pessoa), Umberto Eco reduziu-o a uma "atitude", que descreveu do seguinte modo: "Um homem que ama uma mulher culta sabe que não lhe pode dizer "Amo-te loucamente", pois sabe que ela sabe (e sabe que ela sabe que ele sabe) que a expressão já foi usada em livros de Barbara Cartland. A solução é dizer-lhe "Como diria uma personagem de Barbara Cartland, eu amo-te loucamente". Tendo evitado a falsa inocência, e admitido que essas declarações já não são possíveis, conseguiu todavia dizer o que queria dizer à mulher: que a ama loucamente, num mundo que deixou de ser inocente. (...)

Rogério Casanova, Conta-me como costumavam contar o que já foi contado, DN.

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