É através dos símbolos e não da economia que chegamos ao centro nevrálgico do “capitalismo”. Aqui nada é literal; tudo o que dizemos é uma metáfora, tudo em que tocamos é sempre algo que representa outra coisa.
O caso mais recente é a banana de Maurizio Cattelan. O que aconteceu na feira de arte contemporânea Art Basel de Miami é revelador da transformação do sistema económico numa teoria unificadora: colar uma banana à parede; vendê-la por 120 mil dólares, comê-la e dizer que é uma performance (chama-se “Artista com fome”).
Mas o melhor está exposto neste parágrafo:
O encarregado das relações com museus da Galerie Perrotin, Lucien Terras, explica que o acto não diminui o valor da obra. “Ele não destruiu a obra de arte. A banana é a ideia”, disse Terras em declarações ao jornal Miami Herald. A banana em exposição não é eterna, sendo regularmente substituída. E por isso, mais tarde, o director da galeria, Emmanuel Perrotin, montou de novo a obra de arte de Cattelan nas paredes do seu stand, com uma outra banana.
Quando Lucien Terras afirma que (o valor d’) a obra de arte é indestrutível e a banana é (apenas) a ideia — simultaneamente constante e espiritual — entramos num mundo diferente, aberto aos paradoxos e à eternidade, que faz lembrar os desenhos animados da Hanna-Barbera.
(Temos de estudar melhor a ACME Corporation.)
O caso mais recente é a banana de Maurizio Cattelan. O que aconteceu na feira de arte contemporânea Art Basel de Miami é revelador da transformação do sistema económico numa teoria unificadora: colar uma banana à parede; vendê-la por 120 mil dólares, comê-la e dizer que é uma performance (chama-se “Artista com fome”).
Mas o melhor está exposto neste parágrafo:
O encarregado das relações com museus da Galerie Perrotin, Lucien Terras, explica que o acto não diminui o valor da obra. “Ele não destruiu a obra de arte. A banana é a ideia”, disse Terras em declarações ao jornal Miami Herald. A banana em exposição não é eterna, sendo regularmente substituída. E por isso, mais tarde, o director da galeria, Emmanuel Perrotin, montou de novo a obra de arte de Cattelan nas paredes do seu stand, com uma outra banana.
Quando Lucien Terras afirma que (o valor d’) a obra de arte é indestrutível e a banana é (apenas) a ideia — simultaneamente constante e espiritual — entramos num mundo diferente, aberto aos paradoxos e à eternidade, que faz lembrar os desenhos animados da Hanna-Barbera.
(Temos de estudar melhor a ACME Corporation.)
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