Na Feira da Vandoma, compro por cinquenta cêntimos uma velha edição de Aristófanes, que inclui «As vespas» e «As aves». É uma daquelas edições populares de textos clássicos, com capa e miolo no mesmo papel, e cadernos que se vão separando com o tempo. A capa, manchada pela humidade, está presa à lombada por um fio. Em casa, tento juntá-las com fita-cola da loja do chinês. Talvez o meu Aristófanes se aguente mais uns anos com este truque vulgar. Talvez - vejo agora - esta seja a minha pobre contribuição para a «actualização» dos clássicos.
de Cristina Fernandes e Rui Manuel Amaral
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