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Teoria Geral das Lágrimas

Na idade em que, por inexperiência, ganhamos gosto à filosofia, decidi, como toda a gente, escrever uma tese. Que tema escolher? Queria um ao mesmo tempo corriqueiro e insólito. Quando achei que o tinha encontrado, apressei-me a comunicá-lo ao meu mestre.
— Que pensa de uma Teoria Geral das Lágrimas? Sinto-me à altura para a trabalhar.
— É possível, disse ele, mas vai andar aos papéis para encontrar uma bibliografia.
— E isso que importa? Toda a História por inteiro me apoiará com a sua autoridade, respondi com um tom de impertinência e triunfo.
Mas como ele, impaciente, me deitou um olhar de desdém, resolvi de imediato matar o discípulo em mim.

Emil Cioran, Silogismos da Amargura.

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