Instruir o homem e corrigir-lhe os costumes, tal é o único objectivo que nos propomos nesta história. Ao lê-la, poderá o leitor imbuir-se no conhecimento dos perigos que se encarniçam atrás dos que, para satisfazer os seus desejos, a nada atendem! Possam eles ficar persuadidos de que a melhor educação, saúde, talento e dons da natureza apenas servem para desencaminhar até ao momento em que forem alicerçados e apresentados com contrição, boa conduta, sabedoria e modéstia. Tais são as verdades que pretendemos relatar. Possa o leitor mostrar-se indulgente pelos pormenores monstruosos do hediondo crime que seremos forçados a descrever; mas é possível fazer detestar aos outros semelhantes aberrações até que surja alguém com a coragem de revelá-los sem o mínimo disfarce?
Marquês de Sade, primeiro parágrafo de Eugénie de Franval, incluído em Os crimes do amor. Tradução de João Costa.
Marquês de Sade, primeiro parágrafo de Eugénie de Franval, incluído em Os crimes do amor. Tradução de João Costa.
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