Avançar para o conteúdo principal

Na Rua das Lojas Escuras

Para além do mistério amnésico do narrador, Patrick Modiano entretém-se a desvendar as ruas de Paris. Logo na primeira página, por motivos paralelos à acção principal, surge a rue Vital, depois nunca mais acabam: ruesquaisavenuesboulevards, places, etc.. (Nota: no fim, arrumar em literatura topográfica, ao lado do Alexandre Andrade e dos mapas.)

Gostava de ler o livro em Paris, em movimento — seguindo o narrador, parando nos cafés, restaurantes e hotéis mencionados. (Nota: criar um novo tipo de leitura ou crítica: em marcha, de preferência, lenta.)

A alternativa pobre é usar o google maps. (Aqui apanhei um tipo a transportar uma escada numa mota e alguém colou um coração na placa com o nome da rua, pas mal.)

Até agora, o meu capítulo preferido é o sexto, sobre Galina, conhecida por «Gay» ORLOW
Gosto dele pela amplitude geográfica (alongar) e pelo estilo seco (recolher). 
Também porque tem este parágrafo (nunca citado na operação Marquês):

Em Paris, não se lhe conhecia nenhuma fonte de rendimentos, embora levasse uma vida luxuosa.



Comentários