Saio cedo, antes do trabalho, para ir à frutaria. Na rua, uma fila interminável de carros estende-se a perder de vista, ao longo de Antero de Quental. Dezenas de latas paradas, guinchando, roncando, zunindo, tossindo, bramindo, ensurdecendo, como uma fábrica infernal de nada. Aqui e ali, ergue-se um autocarro vazio, como um elefante morto e empalhado. E é tudo. Ah, o perfume primaveril da cidade pós-desconfinamento!
de Cristina Fernandes e Rui Manuel Amaral
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