ANDREI BOTH: (...) Vivemos num mundo vigiado, sob a influência de um cartel digital, o Big Brother espreita-nos. Vivi 32 anos sob o comunismo e a opressão, e esta atmosfera tipo KGB que sinto a crescer assusta-me imenso. Estou a aproximar-me do fim da vida, farei 70 anos em breve e tudo isto me parece um autêntico pesadelo. Para onde fugir?
GÁBOR TOMPA: Não há lugar para onde fugir, essa é a diferença agora. É uma afirmação paradoxal: felizmente que se é velho! [Risos.] Foi realmente nos últimos cinco anos que o discurso no mundo se tornou mais extremo e ideológico. Não há diálogo, apenas atitudes extremadas e um discurso do ódio. O ativismo, seja de que tipo for – comunismo, nazismo, feminismo, sexismo –, divide o mundo em seguidores e inimigos, e isso cria ódio. O mundo nunca esteve tão polarizado e parece que já entramos na Terceira Guerra Mundial. É difícil resistir a este tipo de ideologização e de lavagem cerebral que se sente pelo mundo fora e pelas universidades. São investidos milhões nesta contraeducação, neste movimento de cancelamento da cultura, da história e dos valores do passado. Quando se designa de racista a música clássica...
ANDREI BOTH: ...em que ponto se pode sequer pensar em dialogar? É-se rotulado de inimigo quando se questiona este tipo de discurso, não havendo assim diálogo possível, ninguém escuta ninguém. No tempo da minha vida, nunca presenciei nada assim, mesmo considerando o regime comunista, porque aí havia uma vida dupla. Agora tudo é a sério.
GÁBOR TOMPA: E começa na educação. Os jovens são cerceados do seu passado e da sua história. Retira-se Homero dos programas curriculares universitários, alegando que era racista e sexista. Ou Ted Hughes, um dos maiores poetas do século XX, retirado da British Library, porque, há 300 anos, alguém da sua árvore genealógica talvez tenha mantido escravos. Isso significa há 30 gerações! Quando se investigavam os familiares no regime comunista, nos anos 50, ia-se atrás três gerações. Trinta é diabólico!
GÁBOR TOMPA: Não há lugar para onde fugir, essa é a diferença agora. É uma afirmação paradoxal: felizmente que se é velho! [Risos.] Foi realmente nos últimos cinco anos que o discurso no mundo se tornou mais extremo e ideológico. Não há diálogo, apenas atitudes extremadas e um discurso do ódio. O ativismo, seja de que tipo for – comunismo, nazismo, feminismo, sexismo –, divide o mundo em seguidores e inimigos, e isso cria ódio. O mundo nunca esteve tão polarizado e parece que já entramos na Terceira Guerra Mundial. É difícil resistir a este tipo de ideologização e de lavagem cerebral que se sente pelo mundo fora e pelas universidades. São investidos milhões nesta contraeducação, neste movimento de cancelamento da cultura, da história e dos valores do passado. Quando se designa de racista a música clássica...
ANDREI BOTH: ...em que ponto se pode sequer pensar em dialogar? É-se rotulado de inimigo quando se questiona este tipo de discurso, não havendo assim diálogo possível, ninguém escuta ninguém. No tempo da minha vida, nunca presenciei nada assim, mesmo considerando o regime comunista, porque aí havia uma vida dupla. Agora tudo é a sério.
GÁBOR TOMPA: E começa na educação. Os jovens são cerceados do seu passado e da sua história. Retira-se Homero dos programas curriculares universitários, alegando que era racista e sexista. Ou Ted Hughes, um dos maiores poetas do século XX, retirado da British Library, porque, há 300 anos, alguém da sua árvore genealógica talvez tenha mantido escravos. Isso significa há 30 gerações! Quando se investigavam os familiares no regime comunista, nos anos 50, ia-se atrás três gerações. Trinta é diabólico!
Comentários
Caramba, é isto mesmo.
Me da vergüenza encontrar una frase así en este blog. No sabe uno por dónde empezar a corregirla.