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Ah! estes russos

Li alguns poemas de Alexandre Blok. — Ah! estes russos — como me são próximos! — A minha forma de tédio é toda eslava. Deus sabe de que estepe vieram os meus antepassados! Tenho em mim, como um veneno, a recordação hereditária do ilimitado. 
Além disso, sou como os Sármatas, um homem em quem não se pode confiar, um indivíduo duvidoso, suspeito e incerto, de uma duplicidade tanto mais grave quanto é desinteressada. Milhares de escravos clamam em mim as suas opiniões e as suas dores contraditórias.

Emil Cioran, Cadernos 1957-1972

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