Ao mesmo tempo que tento arranjar as palavras mais convenientes para traduzir as confissões e pensamentos irrequietos dos Cadernos, alguma coisa acontece — não é bem uma influência, é mais da ordem do parentesco, creio.
Dou por mim a querer oferecer coisas a Cioran; até um cão já me passou pela cabeça.
Dou por mim a vê-lo como um mestre de artes performativas (que, ao ser proferido, corresponde à acção a que se refere).
Começa por fazer de filósofo, de escritor, de místico, de estrangeiro, etc., mas o grande golpe é quando interpreta o ser humano — aí, Cioran supera-se.
As lágrimas, de novo. Uma palavra irradiante.
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