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A nossa fogueira ninguém a vê

A apresentação Da Nuvem à Resistência, pelo Álvaro Domingues, foi desastrosa: apanhado desprevenido (enrascado?) e sem saber o que fazer, teceu um breve e desinteressante comentário geográfico sobre as paisagens que vemos no filme. Uma situação lamentável — constrangedora para ele e para nós (ao nível do «eu é mais bolos» do Herman).

Esta mania de tentar aproximar os filmes de Huillet e Straub a uma disciplina tem tudo para dar para o torto, aliás, numa entrevista, é o próprio Jean-Marie Straub que diz que a conjunção «e/e» é sempre uma estupidez: cinema e história, cinema e literatura, cinema e música, e assim por diante até ao fim do mundo, o fracasso intelectual... (depois acrescento o link) 

Quando critico assim uma acção, obrigo-me sempre a responder ao outro lado: 
— Ah é, e o que é tu farias no meu lugar? 
Bom, para começar não me vejo a ocupar um lugar (nenhum lugar), mas posso fingir e atiro logo o nome do Antonio Rodrigues (por quem tenho um fraquinho cinéfilo e, além disso, organizou uma boa bíblia sobre Huillet e Straub) ou da Joana Ascensão que escreveu uma bela folha de sala sobre L’Inconsolable. Ou, descobri hoje, Maria Capelo que sabe o que é uma fogueira.




(Algumas horas depois. Esquecimento imperdoável: Miguel Marías.)

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