Não sou nem pensador, nem homem de acção (!), nem, nem, nem, nem tudo o que quiserem — sou um elegíaco do fim do mundo.
Cioran descarregava nos cadernos tudo o que lhe ia na alma. Não exactamente como filósofo. Aliás, Cioran não é um verdadeiro filósofo ou, melhor dizendo, não é um filósofo a sério: não respeita nem a disciplina nem os protocolos, está na filosofia a meio gás, sempre a cair noutros temas e também no chão.
Sou um filósofo-uivador. As minhas ideias, se é que as há, uivam; não explicam nada, explodem.
É apenas um homem solitário cheio de dúvidas, sofrimento e energia. Um homem que se atira às palavras como um guerreiro à procura de uma fórmula. Um pobre diabo. Um homem em constante movimento. Um homem encantador.
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