Em Bresson e a sua personalidade, na página 157, directa ou indirectamente, Paul Schrader atira as seguintes classificações ao cineasta: estilista consumado, excêntrico, mórbido, hermético, estranho e obcecado com os dilemas teológicos, reaccionário cultural, revolucionário artístico, fanático religioso obsessivo, uma figura romântica, inquieta e torturada, forçado a viver as suas neuroses na tela, inadaptado, um neurótico suicida, génio excêntrico.
Na página 161, num só parágrafo sobre o desconcertante problema do suicídio nos filmes de Bresson, a palavra suicídio aparece quatro vezes, suicida-se, uma. E ainda: morrem às próprias mãos, «renunciam» às suas vidas, «livre» para morrer, acabar com a vida. (Com esta estatística, talvez não fosse difícil convencer Cioran a trocar os filmes científicos que Michaux lhe impingia no Grand Palais pelos de Bresson, muito mais animados.)
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