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Pífaro


O texto de Eurico de Barros sobre As Aventuras de uma Viajante pela Coreia do Sul (que título tão mal traduzido) tem um bónus. Para além de atacar  (com extrema firmeza) o filme, o realizador e até quem gosta deste cinema preguiçoso e gasoso – ah, esta é para mim! –, o crítico escondeu a palavra pífaro no segundo parágrafo. Pelo divertimento que a sua verve me proporcionou, dou-lhe a honra do título.

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Devo andar a perder as minhas qualidades, pois confesso que não detectei as tais preciosas subtilezas emocionais e importantes complexidades psicológicas. Pelo contrário, o filme de Hong Sang-soo  – verde, cómico e triste – pareceu-me mais uma perspectiva do Monte Fuji. E Iris é, sem dúvida, uma reencarnação feminina e orientalizada de Boudu.

Comentários

Boa noite disse…
reencarnação do boudu mas também do pároco de aldeia (dieta composta de: pão e vinho (de arroz). e a salada é o verde que ela veste)
c disse…
Aproximar o pároco do Boudu é um gesto revolucionário (no sentido astronómico)!
Boa Noite disse…
Sim! (mas a bem dizer, essa aproximação já estava lá no próprio bernanos... talvez em Donissan e Mouchette mais claramente, mas também no nosso pároco... É justamente daí que vem a força desses livros
Boa Noite disse…
Quando vi o filme tive a ideia de que ele devia ter por subtítulo "or when the green of the earth will glisten for you anew".... (a propósito, some shameless self promotion.. https://photogenie.be/save-us-hong-sang-soo-youre-our-only-hope/
c disse…
Também comecei por ver o lado mais luminoso do filme, mas aos poucos a tristeza instalou-se (uma tristeza alegre). O verde é uma esperança muito estreitinha.

Obrigada pelo link, Matheus, o teu texto é muito elucidativo e apaixonado!
boanoite disse…
apaixonado, sim, obrigado!