Ontem à noite, a meio do filme, alguém no público ressonava com um ronco bestial. Devia ser um sonho feliz, aquele que o homem estava a ver com os olhos da alma. Numa sequência longa sem som (um plano dos Lumière de 50 segundos), o ronco transformou-se na banda sonora. Do outro lado da sala, outro espectador atirou: «Podem, por favor, acordar esse senhor?» Não está certo cortar o sonho a um homem.
de Cristina Fernandes e Rui Manuel Amaral
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