M. P.: No filme, há temas que voltam. M. D.: Há uma permanência de temas, sim. Não sei muito bem porque é que eles voltam tão regularmente. É o vento, por exemplo. O mar. A criança judia. M. P.: Gosto muito dessas notas físicas no filme, quando ela fala do vento, da geografia das paisagens… M. D.: Quando falo da terra do vento, onde nenhuma árvore resiste, onde todas as árvores são massacradas, continuo sem dúvida um certo discurso, mas deslocado. Acabei de rever o texto para ser editado e constatei que estou sempre a falar do vento, do mar também, longe e perto, sempre forte como uma espécie de imagem mental constante, penso que o mar é o que vai chegar, é o que vai engolir tudo na sua pureza, acho que é isso, o vento e o mar, porque, para mim, é o vento do mar. O Camião seguido de entrevista com Michelle Porte, de Marguerite Duras. BCF editores, maio de 2025. [Apresentação do livro amanhã, às 18h00, na Térmita. Com Eduardo Calheiros Figueiredo e Manuel ...