Por que inventámos Deus, anjos, etc. ? Para ter com quem falar.
(“De agora em diante não falarás mais com homens, mas com os anjos”, disse Jesus (?) a Santa Teresa.) Num certo grau de solidão ou intensidade, há cada vez menos pessoas com quem podemos conversar; acabamos até por constatar que já não temos semelhantes . Chegados a este extremo, voltamo-nos para os nossos dissemelhantes (?), para os anjos, para Deus. É, portanto, por falta de interlocutor (!) cá em baixo que procuramos um outro algures O sentido profundo da oração é este: a impossibilidade de falarmos com quem quer que seja aqui, não por vivermos num nível espiritual elevado, mas por um sentimento de abandono ... Já no caso dos santos e místicos, não se trata de abandono, mas de estado limite, de isolamento pela impossibilidade de dialogar mais com o próximo. Não haveria absoluto se o homem pudesse suportar um grau extremo de solidão. Não se trata da solidão do abandono; pelo contrário, pode haver, nesta ...