Seja sob a influência da beberagem narcótica em que os homens e os povos primitivos entoavam os seus cantos, seja debaixo da força da renovação primaveril que se expande alegremente por toda a natureza, são sempre as pulsões dionisíacas que se intensificam levando o elemento subjectivo a dissolver-se inteiramente no esquecimento de si próprio. Durante a Idade Média alemã, multidões cada vez mais numerosas andavam de terra em terra, cantando e dançando, movidas pelo sopro desta força dionisíaca: nesses dançarinos das Janeiras e do São João relembramos os coros báquicos dos gregos cujas origens remontam à Ásia Menor, à Babilónia e às orgias sírias. Há pessoas que, por carência de experiência ou por estreiteza de espírito, se desviam de tais fenómenos com palavras de desdém ou de piedade, como se estivessem diante de «doenças do povo» contagiosas, julgando-se eles próprios no gozo da mais inteira saúde. Tais infelizes nem sequer suspeitam da palidez cadavérica de tanta «saúde», quando na