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A Pedra Triste, de Filippos Koutsaftis

A certa altura, a câmara fixa-se no rosto de uma mulher de oitenta ou noventa anos. Um dos numerosos rostos que, como coros, aparecem no filme. A mulher diz: «Na vida, aguenta-se quase tudo. Se não houver carne, come-se pão com azeitonas. Mas o medo…» Acho que a memória não me trai. Acho que é isto que a antiga refugiada grega diz.
Devia ver este filme todos os dias. Com a mesma naturalidade com que me levanto da cama e olho ao espelho de manhã.

Comentários

c disse…
É isso mesmo. O medo é terrível, como diz aquele título do Fassbinder, come a alma. É contra ele que devemos lutar todos os dias.

Os velhos sabem tantas coisas, é extraordinário.
c disse…
Fiquei a pensar nisso que escrevi sobre os velhos saberem muitas coisas, o que me impressiona nem é a quantidade, é a forma como expressam o que sabem, o tom sucinto e claro.
ZMB Mur disse…
Infelizmente isso não se passa só num filme e lá longe na Grécia, eu próprio e talvez pelos motivos fúteis de poupar dinheiro para ganza, livros e discos, substituí a carne no arroz por pedaços de maçã cozida juntamente com o arroz, agora imagina alguém mesmo com fome e fome todos os dias...
A memória não o trai. Salve! RSM