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Princípio da Singeleza (ver Guedes)

Como se aproximam semanas com feriados, trouxe três livros. E como estava a cair uma chuva miudinha, não fria mas desagradável, escolhi escritores brasileiros: dois do Rubem Fonseca e um do Bernardo Carvalho.

Uma das coisas que gosto nos livros emprestados é das marcas. Há livros que estão impecáveis, porque ninguém lhes pega. Outros desfazem-se. E muitos têm sublinhados, geralmente a lápis — deve ser a correspondência gráfica do falar baixinho das bibliotecas. Tive sorte, saíram-me: um sublinhado com anotações; um sublinhado com dedicatória (os do Rubem Fonseca que se presta mais a conversa e carinhos vários).

Mesmo os livros mais fraquinhos de Rubem Fonseca (“Mandrake — A Bíblia e a Bengala” é bastante fraco; “Bufo & Spallanzani”, apesar do belo título que apetece dizer em voz alta e modulada, ainda está em apreciação) são sempre divertidos e muito instrutivos (gosto tanto quando ele se desvia da história e resolve escrever texto de almanaque sobre sapos, facas ou o que seja). Se trabalhasse numa livraria, arrumava as suas obras (primas, nem por isso, assim-assim) na estante da “Auto Ajuda”, entre os dicionários e umas garrafas de vinho tinto. Por baixo, alguns tratados de filósofos, códigos de direito penal e outros livros depravados em geral.

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