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Real e perfeito

Os quadros comoveram sempre Dora. Mas hoje a comoção que sentia era de natureza diferente. Ficara maravilhada, e com uma espécie de gratidão, pelo facto de continuarem ali, e o coração enchia-se de amor pelos quadros: pela sua autoridade, pela sua maravilhosa generosidade, pelo seu esplendor. Ocorreu-lhe então que aqui estava algo de real e algo de perfeito. Onde ouvira ela dizer qualquer coisa acerca de a perfeição e a realidade coexistirem no mesmo lugar?

O Sino, Iris Murdoch, Relógio d’Água, julho de 2016, página 190.

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