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Como na evolução

Referindo-se a Czernowitz, companheiro de Benjamin, Peter Weibel acrescenta ao «Princípio de Constelação» e ao «Princípio Esférico» do acto de narrar (em todas as artes, isto é, também na música) o princípio das «Transcrições Permanentes». Assim, na Idade Média, por exemplo, um monge dedicar-se-ia a copiar textos, em cada transcrição surgiriam pequenos erros, no final haveria (como na evolução) um novo texto. Os autores modernos deveriam pois escrever por cima de esboços mais antigos, por exemplo, as «Afinidades Electivas» de Goethe ou o «Quarteto» de Heiner Müller, de modo a que, com o tempo, daí resultasse um «desfecho mais feliz das tristes histórias». Assim sendo, a modernidade não consistiria em algo de novo, mas antes na transcrição de uma história prévia com vista a um fim melhor.

Alexander Kluge, Crónica dos sentimentos, Vol. I. Tradução de Bruno C. Duarte.

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