Nos últimos dois meses, tenho estado a resgatar para publicação as traduções dispersas de um grande tradutor e poeta, falecido em Janeiro. O trabalho arrasta-se, cheio de obstáculos. Em muito pouco tempo, uma parte da sua obra afundou-se num abismo de silêncio e sombra. As coisas fecham-se a sete chaves contra os olhares indiscretos dos vivos. Tudo o que antes de Janeiro parecia claro e acessível, converteu-se rapidamente em nada mais do que indícios. Sinais vagos de poemas que existiram e desapareceram quase sem rasto. Como se também eles quisessem morrer.
de Cristina Fernandes e Rui Manuel Amaral
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