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Quando for mais velha

No jornal de domingo, o antropólogo James Suzman explica que não existe nenhuma sustentação antropológica para a nossa obsessão com o trabalho duro. O trabalho árduo não compensa em termos económicos e não nos torna mais felizes: «Não é por teres dois empregos que vais realizar os teus sonhos. Esta ideia do sonho americano, de que qualquer um, desde que trabalhe arduamente, pode ser o que quiser, é pura falácia.»
No dia anterior, sábado, o mesmo jornal publicava uma reportagem sobre três jovens «viciados no trabalho»: «Carina trabalha entre 80 e 84 horas por semana, Miguel sai de casa às 6h30 e só regressa à meia-noite e Frederico embarcou numa viagem transformativa para se redimir do vício no trabalho. Têm todos menos de 30 anos e respiram trabalho. Fazem-no por paixão e auto-reconhecimento.» Uma das jovens, Carina Ribeiro, de 26 anos, diz que vai ter tempo para descansar «quando for mais velha».

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