Na aldeia da minha avó, essa flor no vinho, no nosso caso o tinto, era devida ao vinho ser guardado em pipas de carvalho e era costume lavar as pipas e secá-las e depois aplicar sebo nas juntas da madeira com os aros de ferro que abraçam a pipa, para a madeira embuxar e calafetar o ar, quero dizer, para a pipa não ganhar ar e o vinho ganhar essa flor. Mas o melhor tinto é esse com alguma flor que é jorrado da pipa pela torneira de cortiça para uma caneca de litro na hora de ir à mesa: à medida que a caneca enche a flor transforma-se em espuma: um tinto com espuma, já não há tascos no Porto que sirvam vinho de pipa e é pena.
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