«O activismo conhece a lógica e o tempo da revolta, mas sabe que passou o tempo da revolução. Por vezes, esses movimentos assemelham-se mais a jam sessions do que a manifestações que guardam a memória das grandes palavras de ordem que se julgavam perfomativas.» É preciso ler muito, pensar muito, fazer ligações esquisitas e mais não sei o quê, para escrever estas crónicas. Admiro tudo isso, mas o que mais gosto no António Guerreiro é a capacidade para perceber o ritmo do nosso tempo. Estes textos breves — e tão solitários — têm qualquer coisa de transe xamânico.
de Cristina Fernandes e Rui Manuel Amaral